Até pouco mais de uma semana o Ministério da Saúde recomendava o uso de máscaras descartáveis apenas para profissionais da saúde e enfatizava que as máscaras de tecido não eram eficazes para proteção contra o COVID-19. Porém, algumas recomendações em relação à prevenção e tratamento vêm mudando rapidamente, com base em pesquisas científicas que vêm sendo realizadas em grande escala na busca incessante do controle da doença. E o uso de máscara é uma dessas mudanças.

Como precaução para evitar a transmissão por gotículas, a máscara cirúrgica é suficiente, ou a máscara N95/PFF2, em se tratando de por profissionais em contato direto com pacientes infectados ou suspeitos. Porém, como o mercado anda desabastecido destas máscaras, o Ministério da Saúde recomendou na última semana o uso de máscaras de tecido pela população em geral, como mais uma medida de proteção.

Obs.: mais uma medida, ou seja, não substitui as outras recomendações, como distanciamento social, higienização das mãos, além da etiqueta respiratória (uso do braço e não das mãos para tossir ou espirrar).

As máscaras de tecido são simples de fazer e de encontrar para comprar. Entretanto, algumas características e cuidados devem ser observados:

CARACTERÍSTICAS DA MÁSCARA:

A máscara deve ter, pelo menos, duas camadas de tecido, que pode ser de algodão, tricoline ou TNT (tecido não tecido). Deve ser individual, não devendo ser compartilhada nem por membros da família que moram juntos. Importante também cobrir totalmente o nariz e a boca, ficando bem ajustada ao rosto.

CUIDADOS AO SAIR DE CASA:

Sempre que sair, deve usar a máscara para entrar em algum ambiente, ou se aproximar de qualquer pessoa a uma distância menor que dois metros. Com isso, para evitar tocar na máscara com as mãos sujas, já pode sair de casa usando-a. Se for demorar, levar uma máscara reserva, pois o tempo de uso máximo é de duas horas. Levar também uma sacola para guardar a máscara usada, considerada contaminada.

CUIDADOS AO CHEGAR EM CASA:

  • Lavar as mãos por pelo menos 30 segundos, esfregando bem as mãos com água e sabão. Retirar a máscara desatando o nó na parte de trás ou pelos elásticos que ficam presos atrás das orelhas, não tocando na parte da frente da máscara.
  • Deixar a máscara de molho em uma solução com água sanitária diluída (10ml para 500 ml de água) ou Lisoform (25ml para 1l de água), caso a máscara seja colorida, uma vez que o cloro da água sanitária desbota tecidos coloridos. Lembrando de enxaguar bem para remover o produto, pois pode ficar cheiro e será colocada em contato direto com o nariz, podendo desencadear crises alérgicas e espirros ou irritação nos olhos se ficar resíduo e cheiro.
  • Após manusear e lavar a máscara, lavar também as mãos.
  • Deixar secar ao sol, de preferência, e passar o ferro quente, deixando-a pronta para próximo uso.

Mais uma vez vale ressaltar que o uso da máscara não substitui as demais medidas, mas vem a ser mais um cuidado. Neste momento, o distanciamento social deve ser incentivado.

Muito cuidado, principalmente, com os idosos, que são os mais vulneráveis às complicações da doença. As crianças costumam ter mais dificuldade no uso da máscara, portanto, devem permanecer em casa, não tendo contato com outras crianças ou adultos que não sejam do seu ambiente doméstico (moradores da mesma casa). Lembrando que muitas vezes elas podem ser portadores assintomáticos do vírus. Sair ao ar livre, sem contato com outras pessoas e com ambiente (brincar no chão, brinquedos de uso coletivo), pode ser considerado, desde que o distanciamento seja observado.

Vamos nos cuidar e torcer para que passe logo esta fase difícil. Cada uma fazendo a sua parte, para que o sistema de saúde consiga atender a todos os que demandarem e torcer para que, em breve, possa ser anunciado um tratamento eficaz e a vacina.

@cuidar_crescer

Texto escrito em parceria com a pediatra Mariana Poggiali (CRM 37961).

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