Calor, tempo chuvoso e a preocupação com doenças como dengue, zika e chikungunya levam muitas pessoas a adotarem medidas protetivas para evitar picadas do Aedes Aegypti, do pernilongo comum (muitas vezes confundido com o Aedes) e de outros mosquitos. É importante, portanto, conhecer os cuidados necessários para que o uso dessas medidas, incluindo o uso tópico de repelentes, seja eficaz.

Vale saber as diferenças entre o pernilongo (Culex) e o Aedes: este é pintadinho, pretinho, costuma picar mais no início da manhã e no final do dia, voa baixo, por isso pica mais nas pernas, pés e tornozelos e sua picada é indolor (e nem sempre coça). Já o pernilongo é marrom, não tem pintinhas e tem mais hábitos noturnos. Podem emitir um zumbido típico e sua picada pode causar coceira, principalmente em quem é alérgico.

Alguns cuidados simples podem evitar as picadas dos insetos:

Evite os mosquitos! Use roupas de mangas compridas e calças com tramas mais fechadas e que não sejam muito justas no corpo (se for possível, por causa do calor) para evitar as picadas dos insetos. Evite também roupas escuras e perfumes, que costumam atrair mais os insetos.

Feche as janelas nos períodos de nascer e pôr do sol, horários preferidos de ataque do Aedes, e momentos em que os mosquitos mais entram em casa.

O uso de telas, dedetização, desde que realizada por equipe especializada e respeitados os cuidados básicos de segurança, e mosquiteiros (que podem, inclusive, ser tratados com repelentes) também são medidas que visam manter os mosquitos afastados.

Repelentes elétricos, que liberam inseticidas, são considerados eficazes e também podem ajudar, porém, é importante tomar cuidado com crianças, tanto pelo risco de choque elétrico quanto de intoxicação pelo líquido ou pastilha presente no dispositivo. Portanto, caso opte por utilizá-los, mantenha-os sempre em tomadas longe do alcance das crianças e próximos a portas e janelas.

Outra alternativa, seria o uso de ventiladores e ar condicionado, que mantêm os mosquitos afastados. Velas com repelentes naturais e essências, como citronela, por exemplo, embora tenham baixa eficácia, associadas a outras medidas, podem ajudar.

Além das medidas citadas acima, é sempre bom lembrar de manter a casa limpa, bem como os arredores e NÃO DEIXAR ÁGUA PARADA, pois isso favorece a procriação dos mosquitos.

O uso de repelentes tópicos

Uma estratégia bastante eficaz é a aplicação de repelentes tópicos, que funcionam como uma barreira. Eles liberam um cheiro que afasta (ou repele) os mosquitos.

Porém, a eficácia dos repelentes pode ser alterada pela concentração do princípio ativo do produto utilizado, pelo suor, uso de perfumes, umidade, etc. Ou seja, os repelentes podem ter potencialidades diferentes em cada indivíduo, além disso, o ambiente e outros fatores podem afetar a sua eficácia.

No mercado brasileiro temos vários repelentes, com formulações diferentes e tempo de proteção variável. O Departamento de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria traz algumas recomendações sobre o uso dos repelentes em crianças, sendo elas:

  1. NUNCA aplicar na mão da criança para ela mesma espalhar o produto (risco de contato com olhos e boca);
  2. Respeitar a quantidade e intervalos recomendados pelo fabricante para evitar excesso de exposição ao produto;
  3. Não aplicar perto dos olhos, boca, nariz ou ferimentos. Havendo contato com essas áreas, enxaguar exaustivamente com água corrente.
  4. Evitar dormir com repelente, embora deva-se avaliar o local quanto à presença de insetos (lembrando sempre das outras medidas protetivas citadas acima);
  5. Em temperaturas mais altas, devido ao suor, pode ser necessário reaplicação com maior frequência;
  6. Evitar o uso de protetor solar ou cremes hidratantes junto com o repelente, entretanto, se for necessário utilizar ambos, passar primeiro o protetor, aguardar em média 20 minutos e, então, aplicar o repelente;
  7. Para uso em crianças preferir a loção ao spray, por causa de inalação. A maioria dos repelentes podem ser usados em bebês acima de 6 meses.

Obs.: desde o início de 2020, já existe disponível no mercado repelente para bebês acima de 3 meses, aprovado pela ANVISA. E, embora a Sociedade Brasileira de Pediatria ainda não tenha se manifestado, é uma opção e os pais podem pedir orientação ao pediatra do bebê sobre o uso.

Lembrando sempre a importância de usar o repelente se estiver em uma área de exposição mais provável, como locais abertos, tais como parques, praias, fazendas e sítios.

O sucesso das medidas de proteção quanto às picadas de insetos depende da associação de fatores, e o ambiente influencia muito! Por isso, manter o ambiente limpo, não deixar água parada e adotar os cuidados citados acima ajudam bastante na prevenção de doenças e do incômodo dos pernilongos.

Imagens: banco de imagem

 

 

 

 

 

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