“Os dois primeiros anos de vida são decisivos para o crescimento e desenvolvimento da criança, para a formação de hábitos e para sua saúde durante toda a vida. A alimentação tem papel fundamental em todo esse processo”. – Guia alimentar para crianças menores de 2 anos.

O aleitamento materno exclusivo é recomendado até os 6 meses de idade, quando está indicado o início da alimentação complementar. Porém, a amamentação deve ser mantida pelo menos até 2 anos de idade, segundo a OMS.

O leite materno é um alimento nutricionalmente completo, ou seja, possui todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento ótimos do lactente. Além de ser mais bem digerido e absorvido, sendo capaz de suprir, sozinho, às necessidades nutricionais da criança no primeiro semestre de vida.

Na impossibilidade de oferecer o leite materno ao bebê, existem as fórmulas infantis desenvolvidas especialmente para o bebê em cada faixa etária. De acordo com as recomendações do Codex Alimentarius /FAO da OMS, as fórmulas infantis são as mais adequadas para substituir ou complementar o aleitamento materno (na impossibilidade de aleitamento natural), uma vez que possuem composição nutricional adequada adaptada ao lactente.

Sabemos que, principalmente para a população de menor poder aquisitivo, o leite de vaca (LV) costuma ser o alimento substituto do leite materno (no primeiro ano de vida), devido ao menor custo em relação às fórmulas infantis. No entanto, pesquisas têm mostrado que o LV é inadequado para lactentes menores de 2 anos de idade.

O consumo de leite de vaca por crianças menores de 1 ano tem sido associado à anemia ferropriva, pois o LV contém baixo teor de ferro e ele não é bem absorvido pelo organismo do lactente. Além disso, o trato gastrointestinal do bebê ainda não está totalmente desenvolvido, o que pode estar associado ao surgimento de alergia à proteína do leite de vaca e outras complicações imediatas e futuras à saúde da criança. Dessa forma, o aleitamento materno deve ser estimulado, pois tem baixo custo para essas mães e será o melhor alimento a ser oferecido ao lactente.

A partir de 1 ano de idade o leite de vaca integral tipo A pode ser introduzido na alimentação do lactente. Todavia, a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que só seja oferecido a partir de 2 anos.

O leite de vaca integral é comercializado de 3 formas:

  • Pasteurizado: tratamento térmico que consiste no aquecimento do leite e resfriamento em seguida. Encontrado tipo A, B, C. O tipo A é o de melhor qualidade microbiológica. Vida média de prateleira de 5 dias e necessita ser mantido em refrigeração.
  • Longa vida (UHT): processado a elevadas temperaturas e resfriado logo em seguida tornando-se “comercialmente esterilizado”. Vida média de prateleira de 180 dias antes de ser aberto e só necessita refrigeração após aberto podendo ser mantido por até 3 dias em geladeira.
  • Em pó: produzido a partir do leite pasteurizado que se retirou a água.

Não é indicado o consumo, por crianças, de leite de vaca que não foi submetido ao processamento térmico prévio. Leites in natura expõem a criança ao risco de doenças, tais como a tuberculose, por exemplo, além de estarem sujeitos às condições de higiene inadequadas.

Também não é recomendado dar leite desnatado para crianças, pois ele contém uma menor quantidade de gorduras essenciais e vitaminas.

Um abraço e até a próxima!

Referências:

  • Manual de Alimentação da Infância à Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria
  • Guia Alimentar da População Brasileira para Menores de 2 anos
  • Roteiros de Pediatria – Prof. Dr Lucio Henrique de Oliveira
  • Leite de vaca no primeiro ano de vida – Dr Mauro Fisberg

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