Passar a melhor impressão de nós mesmas nas mais diversas situações que a mulher precisa enfrentar diariamente é uma tarefa muito desafiadora. Muitas vezes, a ansiedade torna o nosso desempenho pior do que o que estávamos esperando, o que pode nos atrapalhar bastante em alguma situação importante. O nosso jeito contemporâneo de viver, cada vez mais dominado por prazos, expectativas, compromissos, responsabilidades, nos coloca em situações que nos demandam uma postura para a qual não fomos treinadas a desenvolver.

A sociedade patriarcal que ainda vivemos nos coloca em posições em que há muito mais desconfiança sobre nós. Em que os olhares, nem sempre atentos, nos levam à situações muitas vezes vexatórias. E nosso corpo em reação a isso nos ‘trai’, deixando nossa respiração mais ofegante e nossa postura na defensiva, passando toda a insegurança que estamos sentindo naquele momento.

Mas tudo pode ser transformado na nossa vida se tivermos consciência do poder da presença e de quanto o nosso corpo é capaz de se comunicar. Toda comunicação se inicia com o corpo. Antes de dizer qualquer palavra, as pessoas estão observando a nossa postura e a nossa chegada. O nosso corpo diz muito sobre nós e sobre como estamos nos sentindo. E nós sabemos o quanto a nossa rotina é exaustiva. Nós sabemos o quanto nos sentimos esgotadas. E todo esse cansaço pode nos trair quando mais precisamos de nossas energias, como em uma entrevista de emprego, por exemplo.

Não só no ambiente empresarial, mas em todas as nossas relações, que são balizadas pela confiabilidade, precisamos utilizar a linguagem corporal a nosso favor, para transmitir uma imagem positiva (mesmo se nós não estivermos nos sentindo tão confiantes assim). Até na relação com os nossos filhos, nós precisamos transmitir confiança. Imaginem vocês se o nosso filho machuca e começa a sangrar. Apesar de estarmos em situação de pânico, talvez, não podemos transparecer isso ao nosso filho. Temos que ficar seguras para poder passar a segurança a eles. E isso não é mentir. Isso é o poder da presença autêntico. E assim é em todos os outros campos da nossa vida, inclusive no mundo empresarial.

Nós mulheres, infelizmente, duvidamos muito de nós mesmas. Sabemos que enfrentamos a baixa autoestima na maternidade. Mas isso pode ser diferente. Aliado a essa falta de confiança, existe um transtorno que se chama ‘Síndrome do Impostor’, em que se acredita que não se é merecedora de alcançar o sucesso, pois não se é qualificada o suficiente. Ou seja: o portador dessa síndrome mantém uma forte consciência de que não é bom o suficiente e de que está enganando todo mundo. Você já se pegou pensando: “mas como posso acrescentar isso à determinada pessoa se eu não tenho isso para acrescentar?”. Se sua resposta for positiva, esse é um dos sintomas.

Essa síndrome acaba mandando uma comunicação errada para o nosso corpo que acaba se contraindo, passando uma clara sensação de insegurança e falta de confiança. A sua voz passa a ficar mais trêmula e, certamente, sua respiração estará ofegante.

Mas, como mudar isso?

Na próxima vez que você passar por uma situação desafiadora, imagine que você vai enfrentar com confiança e entusiasmo, ao invés de dúvida e medo. Imagine que você está cheia de vontade e que aquela situação te trará grandes benefícios. Imagine que ao passar por aquela situação você sairá de cabeça erguida, sem arrependimentos e com a sensação de dever cumprido. Não se apegue demais ao resultado. Se apegue à trajetória. Não se apegue ao que as pessoas estarão pensando de você, se apegue a você. E não se pegue pensando demais que você estará passando por aquela situação. Isso pode te trazer ainda mais ansiedade.

Outra dica importante e fundamental: antes de qualquer compromisso em que você estará sob influência de alta pressão, pare, por dois minutos, na posição de Mulher Maravilha. Conhece essa história? Isso não é historinha. Isso é comprovado. Já existem estudos que confirmam os resultados positivos dessa posição (deixarei como referência e indicação um livro que contém esses estudos).

Enfim, coloque as duas mãos na cintura, abra o tórax e olhe um pouco para cima. Isso vai te ajudar muito a manter essa posição de confiança no seu compromisso. E outra dica: se você estiver na sala de espera do seu compromisso, não pegue o celular para passar o tempo, para você não encolher o seu corpo. Isso é comunicação. Isso é comunicação corporal que, ouso dizer que, talvez, seja mais impactante do que o conteúdo que se diz.

Vou deixar uma dica de leitura: O poder da presença, de Amy Cuddy. É sensacional e nos mostra como a comunicação corporal é impactante e pode mudar a nossa vida.

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