Por Amanda Viana Marques
Eu sempre fui apreciadora do tema família.
Quando jovem trabalhava em um grupo de adolescentes e esse tema estava sempre em voga. Quando fui estudar psicologia nada me encantava… De repente, achei as crianças e depois compreendi que elas eram frutos do que recebiam dos seus pais.
Nesse meio tempo, comecei a desejar a MINHA família. Conheci meu marido e sempre pensávamos nos filhos que gostaríamos de ter.
Quando decidimos finalmente ter filhos, engravidei rapidamente e busquei uma médica, a qual se dizia fazer parto natural. Ao longo da gravidez, exames, consultas, muita simpatia. Mas com 35 semanas uma pressão levemente alterada me coloca de repouso. Eu começo a assistir partos naturais e descubro que o que eu queria não era um parto NORMAL, mas sim um natural.
Quando decidimos finalmente ter filhos, engravidei rapidamente e busquei uma médica, a qual se dizia fazer parto natural. Ao longo da gravidez, exames, consultas, muita simpatia. Mas com 35 semanas uma pressão levemente alterada me coloca de repouso. Eu começo a assistir partos naturais e descubro que o que eu queria não era um parto NORMAL, mas sim um natural.
Na semana seguinte fomos a um grupo de apoio a grávidas e conhecemos muitas histórias sofridas e muitas de sucesso. Comecei a perceber que quem ditaria meu caminho seria a minha posição interna. Em seguida, a Doula Kalu, foi na minha casa nos conhecer e nos explicar um pouco mais e me apaixonei.
Fomos ao Sofia Feldman, eu já com 38 semanas de gestação, e choramos ao sair de lá… Eu nunca havia entrado em um hospital que acolhesse as pessoas com tanta amorosidade. Eu e meu marido não tivemos dúvida. Não voltei mais na médica.
Na outra semana Helena e Kalu vieram fazer um chá de benção e na quinta de madrugada entrei em trabalho de parto. Minha bolsa rompeu as 7:30 da manhã de sexta. Liguei pro marido e ele voltou do trabalho. Helena veio pra minha casa e a Miriam, enfermeira obstétrica, também.
6cm, 12:30h e seguimos para o Sofia. Às 19:00h, na troca de plantão, chega a Bia, e diz: “Vamos lá mamãe, seu bebê já coroou”. Eu só queria saber o que eu precisava fazer. Elas me ajudaram a encontrar uma posição e às 19:54h, meu menino veio ao mundo. Ajoelhada na cama, abraçada à cabeceira. Meu marido cortou o cordão e ali tudo se transformou.
Por que contar do primeiro parto?
Pra dizer que no primeiro eu descobri uma perfeição chamada corpo da mulher e descobri uma força em mim que eu nem sabia que existia. Também porque tive a certeza de que esse era meu ato de amor pelos meus filhos, respeitando a escolha deles de virem ao mundo no momento em que eles estivessem prontos. E através de seu próprio esforço em conjunto com o meu.
Quando engravidei da segunda vez, acordamos entre nós (eu e marido) que teríamos parto domiciliar, após estudarmos e conversarmos muito com a Equipe Bom Parto. Não divulgamos nem pros familiares, pois queríamos manter a nossa positividade e não nos deixar influenciar pelos medos e crenças alheios.
Quando cheguei na equipe, reencontrei a Bia e tive a certeza de que ela faria meu parto novamente. Me encantei com todo amor e acolhimento recebido. Minha gravidez foi tranquila e, apesar da placenta prévia, com 20 semanas já estava tudo bem. Nenhuma outra alteração ao longo do caminho.
Serena fez que ia nascer dia 18 de janeiro. Tive contrações de 3 em 3 minutos, mas não evoluímos. A equipe, Walter e Bia, a minha amiga e Doula, Vanessa, e a fotógrafa Daniela, passaram a noite comigo. Mas Serena voltou a ficar quietinha. Na segunda, minha acumputurista, Letícia Casali, veio até minha casa, atendendo a mim, meu marido e nutrindo Serena. Somente na quarta meu tampão saiu e eu tentei ajudar indo fazer uma caminhadinha à noite, e, na quinta de manhã, o líquido também começou a vazar.
As contrações começaram a se intensificar nesse dia, mas a bolsa só foi romper às 00:26h. Durante esses dias, a equipe estava atenta o tempo todo, me monitorando, e vieram à minha casa na quarta e na quinta para verem meu estado real.
No mesmo momento em que a bolsa rompeu, a equipe me liga dizendo que achava melhor passarem a noite comigo. A Dani fotógrafa chegou primeiro e perguntou se eu queria ajuda. Eu entrei pro chuveiro e senti a mão dela como um calmante. Logo em seguida, Vanessa chegou e disse: “vamos passar um batom e colocar um brinco. Você vai ter uma filha, agora”!
O trabalho de parto foi evoluindo e as dores se intensificando. Todos me apoiando, físico, emocional e psicologicamente falando. Fomos do chuveiro pra bola, depois pra piscina até chegarmos no banquinho. Muito óleo essencial, bolsa de água quente, mãos que me massagearam e seguraram… Bia me dá um chamado e diz que era hora. Meu marido e Vanessa me segurando e apoiando e eis que surge minha pequena, com duas circulares de cordão, fraquinha… Bia esfrega ela bem e ela reage! Muita emoção ver minha bebezinha…
5:19h, o dia amanhece e com ele chega a Boa Nova.
Eu carreguei ela até que meu marido corta o cordão. Ele a pega e elas a examinam. Enquanto isso, também sou examinada e recebo os cuidados pós-parto. Vanessa me ajuda no banho enquanto Leandro e Rênia cuidam da Serena. Ela agora mais forte, amamenta!
Tomamos um café, eles se vão e eu, Leandro e Serena, nos deitamos juntos no quarto em que ela nasceu e dormimos até as 12:00h.
Um novo capítulo da minha vida se inicia e eu me sinto mais completa e feliz!
Se você tem vontade de ter um parto natural, se informe, busque apoio. Eu também estou aqui e disponível pra te contar das minhas experiências.
Ser mulher é divino!!! Lembrem-se sempre disso.
Fotos: Daniela Djean