Algumas pessoas se enganam achando que a Parentalidade Positiva é permissiva, e outras até concordam com o modelo, mas o tem como algo inalcançável. Vamos quebrar estas crenças equivocadas?
Neste modelo de educação é importante lembrar que se estamos buscando crianças emocionalmente sadias e que saibam viver de forma respeitosa na sociedade, o limite é necessário, e com isso, o papel de autoridade dos pais é fundamental. A grande questão é entender que para ser autoridade não se faz necessário o autoritarismo.
Todos temos convicção de que exemplo é o maior professor. E como autoridade, precisamos, no mínimo, dar o exemplo de respeito e de tudo aquilo que queremos ver em nossos filhos. É preciso sair do papel de chefe e ir para o papel de guia e inspiração. Ouvir o filho e considerar o que ele fala é respeitoso e está longe de ser permissividade, uma vez que nela, as escolhas são ilimitadas, feito um rio sem margem.
Porém, entender que a única alternativa a essa é ir ao extremo oposto e impor limites sem escolhas, é calar a voz de um filho! Os pensamentos e vontades são legítimos a todos os seres humanos, os dando ouvidos ou não. E pra quem passou por uma educação autoritária e “sobreviveu”, experimente ouvir as “suas vozes internas” que foram um dia caladas. Autoritarismo e permissividade funcionam somente no curto prazo, e deixam marcas emocionais para o resto da vida.
E se estamos falando de uma educação respeitosa, uma das bases deste modelo é o autorespeito, concorda? Repito, somos antes de tudo, exemplo. É preciso partir do ciclo de culpa para a responsabilização, atitude e transformação. A idéia não é ser uma mãe perfeita, e sim, evoluir constantemente. Se você não ver o seu erro como oportunidade de aprendizagem, você não estará se respeitando e nem sendo exemplo para seu filho de como ele pode lidar com o erro.
Nada muda em um toque de mágica. Não idealize perfeição. Pratique equilíbrio. Uns dias são melhores que os outros. Você vai escorregar, vai gritar. Você não vira alienígena. Não desanime! Em um determinado momento, a regra passa a se tornar exceção. Fato é que você terá a cada dia, muito mais autocontrole e domínio das suas emoções, de forma mais leve e segura.
E segue o baile, porque o fruto é colhido. Além de desenvolver em seu filho a autonomia e a autoestima, você estará, no mínimo, sendo exemplo de como levar uma vida mais leve e respeitosa. Não é fácil, mas é possível.
@vidaasete
Foto: Ton Nettos