“Mamãe, estudar para quê?” Certo dia, brincando de escolinha comigo, a Alice me fez essa pergunta. Confesso que a primeira resposta que me veio em mente foi essa: “Olha, minha filha, estudar é importante para podermos escolher uma profissão quando nos tornamos adultos”. Acredito que respostas semelhantes também venham à tona quando a maioria das pessoas são questionadas nesse sentido. Mas será mesmo que a questão central do estudo deve ser a carreira profissional?
As pesquisas mostram que a sociedade nunca foi tão ansiosa quanto atualmente. Nesse sentido, a ansiedade está relacionada à preocupação com aquilo que pode ou não vir a ocorrer em um dado momento. Não é novidade nenhuma dizer que a maioria das pessoas vive o presente planejando o futuro. A questão é que, muitas vezes, algumas pessoas nem sequer vivem o presente. Apenas “existem” nele.
Já dizia o provérbio chinês: “Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje”. Não sou hipócrita e nem maluca de dizer que viver de forma planejada não seja importante. Logo eu, tão ansiosa e tão preocupada com o que ainda nem aconteceu (ou provavelmente nem vai). Logo eu, que vivo plantando sementes já pensando na colheita. Contudo, venho me questionando bastante sobre até que ponto seria interessante (e saudável) viver dessa forma.
“Estudar para tirar boas notas, tirar boas notas para passar no vestibular, passar no vestibular para ter um bom emprego, ter um bom emprego para ter estabilidade, ter…” A lista é infinita. Estamos sempre em busca de algo que, por sua vez, nos levará à alguma outra coisa. E é aí está o ponto central do meu questionamento: haveria outra forma de viver o presente sem deixar o futuro de lado? Demorou (e muito), mas percebi que é possível.
Segundo o dicionário, estudar é o ato de “adquirir habilidade e/ou conhecimento”. Para mim, viciada em aprender coisas novas, nada é mais motivador do que descobrir como as coisas surgiram, como funcionam, porque são assim, como podem melhorar. No meu caso, como professora, ver o brilho nos olhos de quem aprende algo novo não tem preço.
Já dizia Einstein que “a mente que se abre a uma nova ideia jamais retornará ao seu tamanho original”. O conhecimento é transformador e libertador. É algo capaz de destruir barreiras e construir pontes. É algo prazeroso, poderoso e que ninguém tira da gente. Hoje, quando a Alice me pergunta porque as pessoas precisam estudar, minha resposta é essa: porque é muito divertido aprender coisas novas!
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