Por Fabiana Cristina.

Eu acredito que o caos gera a ordem.

Sabe aquela história de que, no fundo do poço, existe uma mola propulsora? É isso.

Nas férias de janeiro meu marido resolveu organizar um quartinho de ferramentas e utilidades. Espalhou pelo quintal tudo o que estava lá entulhado. Eu vi aquilo e fiquei maluca. Uma bagunça surreal que ocupava o quintal inteiro, em plenas férias, com crianças em casa. Foram alguns dias convivendo com ela, pois o trabalho era grande e não dava para fazer de uma vez. Aos poucos, fomos separando, limpando, retirando o que não nos servia mais, jogando fora várias coisas, descobrindo outras que nem lembrávamos que estavam ali e voltaram a ter utilidade. Não dava para brincar no quintal e até a cachorra teve que mudar de lugar. Ao final estava tudo limpo, organizado, funcional.

Esse vírus está bagunçando muito as nossas vidas, né?! Mas eu acredito que tudo o que está acontecendo faz parte de uma transição e está nos planos que Deus tem para nós e nosso planeta. E eu acho que Ele quer que a gente PARE nesse momento.

Eu sei que o isolamento é um remédio muito ruim, que terá inúmeros efeitos colaterais. Mas não dá para pensar que, depois de tudo isso, a coisa vai continuar a andar como era antes. Acho que teremos que nos reinventar, repensar a economia, as relações de trabalho e pessoais, o consumo, o estilo de vida. Mudar a nossa relação com a natureza e entender que não estamos aqui para simplesmente explorá-la, mas que fazemos parte dela.

Acho que todos vão ter que perder uma parte, ou deixar de ganhar para ajudar quem está em situação vulnerável e deixar os recursos melhor distribuídos. Arrumar sua própria bagunça, jogar fora a vaidade, o orgulho, o individualismo. Deus nos mostra que as coisas não estão dando muito certo, que precisamos começar de novo.

Quando a doença do corpo se instala, ela já é o início do processo de cura do espírito. É isso que está acontecendo com a nossa humanidade, eu creio.

Que a gente consiga captar todos esses ensinamentos o mais rápido possível e que tudo isso passe logo. Porque vai passar!

 

Foto: Ricardo Alves

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário