Por Luciene Longo
Dia 18 de março completou exatamente 1 ano do meu primeiro dia de teletrabalho e quarentena. Impossível não tentar fazer um balanço desse tempo. Foram:
- Mais de 8.000 horas junto com meu marido e filho, com pouquíssimas interrupções;
- 365 almoços, lanches ou jantares feitos por mim (na verdade 355 – 10 dias eu fiquei de cama travada da coluna);
- 365 almoços e lanches só com meu marido e filho;
- 2 cortes de cabelo em mim feitos por mim mesma;
- 0 viagens;
- 0 idas a casa de amigos e parentes;
- 0 idas a restaurantes e bares;
- 1 delivery de comida no dia do meu aniversário, mas deu tanto trabalho desinfetar tudo que desisti de tentar de novo. (rs);
- 0 idas ao cinema;
- 0 idas ao shopping;
- 0 idas ao supermercado, sacolão e açougue (tudo foi feito online);
- 0 festas – principalmente as infantis, que eram as mais frequentes nos últimos tempos até março de 2020…;
- 0 resfriados, nariz escorrendo, garganta doendo;
- Aproximadamente, menos 50 almoços com meus pais (almoçava com eles 1 vez por semana, mais ou menos);
- Mais reuniões de trabalho (muito mais);
- Mais brincadeiras com meu filho;
- Mais abraços e beijos em família;
- Menos correria de horário;
- Mais livros lidos, mais músicas escutadas, mais filmes e séries vistas;
- 1 nova integrante na família (nossa filha canina).
A resposta pra pergunta da primeira linha não é tão simples. Muitas foram as lutas diárias, muitas notícias ruins, algumas notícias boas, um certo alívio de ter chegado até aqui com todas as pessoas próximas a mim e muito amadas, VIVAS. Mas MUITO medo do que está por vir.
Às vezes me pego pensando que ninguém tem ou teve experiência em ser mãe numa pandemia. Não é fácil. Aliás, ninguém tem ou teve a experiência de mãe, pai, filho ou filha, irmão ou irmã, tio ou tia, sobrinho ou sobrinha, amigo ou amiga numa pandemia. Mas, a partir de agora, temos. E o que a gente fará com isso?
A sensação é de estarmos mais próximos do fim do que do começo. Sempre falo isso com quem eu converso e que está desanimado. Mas, será mesmo?